A revista Science, de dezembro de 1996, apresenta os resultados de uma pesquisa discutida no VI Congresso Internacional de Biologia Celular. Pesquisadores alemãos conseguiram identificar o gene “minicérebro” nos cromossos de moscas das frutas. O gene estaria associado à atividade cerebral. Quando este gene tem problemas, o cérebro é menor do que o normal e há deficiência de aprendizado. Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, identificaram um gene semelhante ao “minicérebro” em seres humanos, numa região do cromossomo 21 associada às características peculiares dos portadores da Síndrome de Down. O nome deste gene, nos seres humanos é DYRK, sigla de Dual Specificity Tyrosina Phophorylation-regulated Kinase.
Pesquisadores japoneses obtiveram resultados semelhantes, publicados no Biochem Biophys Res Commum, número 225 (1996). E geneticistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, iniciaram uma série de testes com ratos. Eles verificaram que ratos com sequências em níveis anormais do gene DYRK não executam bem os testes mais simples de aprendizado.
Isso tudo significa que o retardamento mental de portadores da Síndrome de Down pode ter um componente genético, embora os pesquisadores sejam cautelosos em afirmar que este gene DYRK seja o único responsável. Eles tendem a acreditar que seja um conjunto de genes – com o DYRK entre eles – que determine este efeito. As pesquisas continuam, no sentido de confirmar estas suposições.
(*) Traduzido do boletim informativo “The Parent Perspective”, de Janeiro de 1997.
(*) Agradecemos ao Dr. Ruy do Amaral Pupo Filho, médico pediatra e sanitarista e presidente da Associação Up Down pelas anotações e transcrição das apresentações feitas na Conferência Médica Internacional sobre Síndrome de Down, realizada em Barcelona, em 14 e 15 de março de 1997. Dr. Ruy do Amaral Pupo Filho viajou com passagens de cortesia da VASP, através da Federação das Associações de Síndrome de Down, e sua inscrição foi paga pela Associação Up Down.